Mudar é inevitável?

Mudamos um pouco a cada dia, fisicamente e como pessoas também. Não somos os mesmos que fomos há um ano, um mês ou um dia atrás. Passamos por situações diversas que nos obrigam a isso.

Precisamos crescer, aprender com cada experiência vivida.

É bem mais fácil perceber a mudança física e para facilitar isso temos até aplicativos que nos ajudam a fazer essa comparação, através de fotos antigas e atuais.

Ficamos assustados como o tempo passa rápido e que passando deixou pra trás linhas de expressão rugas e alguns quilinhos a mais.

Mais difícil é perceber a mudança pessoal. Podemos ir nos tornando bem diferentes com o tempo. Isso vai acontecendo a medida que vamos experimentando situações e vivendo experiências que vão nos influenciar de uma maneira ou de outra. Essa mudança deixa muito mais coisas para trás do que a primeira. Se você não ficar atento pode se perder de você mesmo.

Por exemplo:

Traições podem te transformar em alguém retraído, desconfiado, inseguro, avesso a novos relacionamentos.

Decepções com amigos podem te transformar em alguém insensível e desacreditado nas pessoas que tentam se aproximar de você.

Expectativas não realizadas podem te transformar em alguém frustado, sem vontade de sonhar, fazer planos, afinal você acha que não vai adiantar mesmo.

A vida pode ser dura e as vezes pode ser mais dura com alguns do que outros. Todos passamos por situações complicadas, ninguém é isento de sofrimento nesse mundo. A resposta que damos a isso é que irá fazer a diferença.

É incrível como algumas pessoas conseguem entender a fórmula dessa superação  e adquirem uma capacidade de se transformar para melhor, independente das circunstâncias que as cercam. Sabemos que não é nada fácil, que nossa tendência é dar mais crédito para pensamentos contrários. Dar mais atenção para aquilo que nos magoou do que aquilo que nos alegrou. E com isso esquecemos como a vida já foi simples um dia. Na maioria das vezes nem conseguimos nos lembrar disso.

Por esse motivo gostaria que você viajasse comigo agora no tempo, e trouxesse a sua memória a sua infância. Tente lembrar agora dos sonhos que você tinha, dos planos que fazia, da beleza que enxergava nas coisas e nas pessoas. Como tudo parecia demasiadamente grande aos seus olhos, mas que mesmo assim, você só pensava em como iria fazer para conquistar. Como aquela árvore muito alta que você insistiu até conseguir subir e nem teve medo de cair. Como corria desesperadamente pelas ruas, sem se importar nem um pouco com os tombos e os joelhos ralados, só queria sentir o vento batendo em seu rosto enquanto se aventurava. Adorava poder pular na piscina pra afundar e sentir a água te conduzir, simplesmente ia.

Mas temos que crescer, não tem jeito, a vida adulta nos transforma, aprendemos o perigo das coisas, aprendemos que pessoas podem nos ferir e que podemos ferir pessoas também. Aprendemos que se jogar de cabeça pode causar decepções. Aprendemos que nem tudo que pensamos podemos falar e que nem tudo que falamos era realmente necessário. Aprendemos que aquele grande amigo do passado pode de repente não ser mais e o pior é que nem sabemos dizer onde foi que o perdemos.

Aprendemos que amores se acabam, se não forem regados todos os dias, que alguém que te fez suspirar pode se tornar um estranho em sua vida.

Pessoas mudam... a mudança é inevitável! O ruim disso é que em meio a tanta coisa que vivemos podemos nos transformar em alguém tão diferente do que fomos um dia que corremos o risco de nós mesmos não nos reconhecermos.

Já que é inevitável, que as mudanças venham, mas que nos tornemos pessoas melhores, mesmo que tudo diga o contrário. Que elas não nos afastem de quem amamos, quem se importa conosco.

Por esse motivo quero te fazer um desafio, onde sou a primeira a tentar cumprir: Que em meio as mudanças, saibamos conservar nossa essência, quem sabemos que somos, lá no fundo e que quando percebermos  que estamos nos distanciando demais tenhamos a humildade de retroceder e resgatar aquilo que nos é precioso. 

A vida passa rápido demais, o tempo não espera, se realmente entendêssemos isso não perderíamos tanto dele com tão pouco. E mais, não perderíamos quem nos é importante sem ao menos saber explicar o motivo.